segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Capitulo 17. Surpresa!

  Entrou um vento muito frio na sala, Daniel Oliveira estava olhando para mim, ele não movia um dedo, eu já estava achando meio estranho desde que ele perguntou se eu estava bem ele não disse mais nada, tudo que ele faz e olhar para mim com o mesmo olhar com que ele havia perguntado.

22 de Outubro de 1995.
Já não sei por quantas horas estive aqui, tudo que eu tinha estragou, não vejo nada, alem de um homem com asas, ele esta na única luz que tem neste terrível lugar, ele não diz nada, apenas sorri, eu já tentei conversar com ele, mas ele não me responde. Eu queria sair daqui, mas não consigo ver nada, tudo esta muito escuro, e a única luz vêm do homem que esta parado me olhando. Quando menos percebi havia um corpo coberto de sangue caído em frente ao homem, o homem apenas sorriu e voltou a olhar para mim.
                                                                                            (Tiago Vaz)

Tudo que eu queria era sair correndo logo dali, o rosto de Daniel Oliveira me assustava de uma forma que eu não conseguia nem me questionar o que estaria acontecendo com ele. Ele não se movia, apenas olhava para mim. Quando procurei sair da sala, notei que ele estava em uma espécie de transe, como uma estatua, na verdade eu nem conseguia ver se ele respirava. Sai correndo da sala, e não havia ninguém do lado de fora, foi quando parei, e observei. Não tinha paciente ou atendente, não tinha moveis e nada do que costumava ter. Não era uma coisa de se dar medo, mas parecia ter algo me observando e isso me causava arrepios.
 Depois que finalmente sai da sala e cheguei ate a rua, percebi que não havia nada na rua também, alem de casas mortas e arvores ainda mais mortas. Sai correndo rumo a minha casa, meio desesperado por não saber se haveria alguém por lá. O caminho ate minha casa parecia sempre o mesmo, não se via homens ou mulheres, nem crianças ou animais, tudo estava em pleno silencio e paz, mas mesmo com todo esse silencio eu não conseguia ter nem um pouco de paz.
Agora eu estava na rua da minha casa, estava vazia. Cheguei ate na porta de minha casa, meio inseguro abri a porta. Nesse momento eu havia me deparado com uma cena terrível. Minha mãe estava pendurada por uma corda que estava amarrada em seu pescoço, seu corpo parecia estar sem vida. Fiquei com medo e abalado, pensei muito antes de chegar perto dela, mas teve algo que me deu coragem. Havia um bilhete no chão, logo abaixo dela, o bilhete era o mesmo, exatamente o mesmo que eu recebi de Lupi ha alguns dias atrás. Comecei a tremer e soar. O corpo de minha mãe balançava  junto com a corda. Escorreu uma lagrima do meu rosto, pois só agora eu havia percebido no que tinha realmente acontecido ali. Provavelmente ela tinha morrido, e eu estava completamente sozinho, sem mãe e sem pai, eu não suportaria viver com minha tia. Eu estava sem rumo. Sai da sala e fiquei na porta de casa, esperando para ver o que iria acontecer agora. Dava para ver o corpo de minha mãe balançar. Sua cabeça estava caída e seu corpo parecia estar totalmente sem alma...
Em um piscar de olhos um buraco começa a se abrir, exatamente abaixo do corpo de minha mãe. O buraco não era muito grande, mas era obscuro, e no meio de toda aquela escuridão, foram brotando mãos, varias mãos, se direcionando ao rumo do corpo de minha mãe. As mãos agarraram seu corpo, e começaram a puxá-lo, puxaram com tanta forca que a cabeça desmembrou do resto do corpo e caiu no chão, fazendo jorrar litros de sangue por toda sala.
Eu estava abismado com aquela cena, era atormentadora, eu ate piscava pensando que poderia ser mentira, mas não era. As mãos pegaram o corpo e levaram para dentro do buraco, levando também a cabeça. O buraco sumiu, e só restou eu sentado sem ninguém, um bilhete inútil e sangue por toda a sala, fechei os olhos e respirei fundo.

(Ao mesmo tempo em que uma boca abre um sorriso
Os olhos podem estar chorando desesperadamente
Clamando por ajuda
Ao mesmo tempo em que você ignora alguém que te ama,
Você também ignora sua vida alheia.
Tudo tem dois lados, depende dos teus olhos)
                                                                                         Buudah.

Capitulo 16. Duas viagens.

21 de Outubro de 1995. Seis e quinze. PM
Eu consegui outra vez entrar aqui,
Já faz dois anos que eu escrevo o que vem se passando na minha vida.
A um problema em meio a isso tudo,
Os fatos em que eu havia me referido a escrituras atrás, não se endireitam mais de modo algum.
Nada mais faz sentido, então procuro agora um modo de acabar com tudo isso, não posso mais morrer, pois se eu morrer, preso neste inferno eu vou estar, então assim não terei direito de ir para o céu ou inferno, estarei encurralado num pulso paralelo.                                                     
                                                                                   Tiago Vaz.


Quando acordei já era noite, e minha mãe estava outra vez chorando, e se lamentando por ter perdido seu melhor amigo e seu marido. Ela me contou que Alan Nicolau se suicidou pelo fato de seus dois filhos, Digori e Amanda estarem desaparecidos há um mês, e depois desse um mês, os seus corpos foram encontrados em um parque. Elas foram retalhadas. Alan procurou pela sua mulher, mas ela esta desaparecida há alguns dias, então a conclusão que a policia chegou foi que ele se suicidou por tais motivos. Infelizmente eu sabia que não havia sido esse o motivo real, talvez fosse de certo modo, mas o fato de coisas o perseguirem me deixou mais abismado e concluiu mais em minha mente, que esse foi o real motivo de seu suicídio. O filme que se passou em minha mente, que mostrou exatamente como foi à morte de Alan Nicolau, pode ter sido uma visão, pois foi muito claro, e minha imaginação não chega a esse ponto de criar filmes na minha própria cabeça.
Depois de alguns segundos minha mãe conseguiu parar de chorar, e me falou a que ponto da viagem ate a fazenda de meu avo nos estávamos.
Rodovia 052 entre Aquarela e Estado Solução, faltava alguns quilômetros para chegarmos à fazenda, então peguei nas malas o Diário e comecei novamente a lê-lo, minha mãe estava muito magoada para me perguntar o que era aquele caderno.

Dia 12 de Fevereiro de 1994.
O que mais meu psicólogo iria achar disso, a sua primeira resposta foi. - Você esta ficando louco Tiago, acho que precisa de um hospício. Então abriu um sorrisinho e me entregou o diário novamente, ele disse que essa minha historia daria um ótimo livro. Só continuo escrevendo por um único motivo, alguém pode estar passando pela mesma situação que a minha, e isso pode ajudar.
Eu consegui sair daquele maldito lugar facilmente, apenas acordei, e quando acordei estava eu, deitado na minha cama. Agora eu estou tentan...

- Chegamos filho! Pegue um pouco das malas, eu vou ver se tem alguém em casa. – Interrompeu minha mãe, ela saiu do carro e foi ate a porteira, e bateu palmas, ate que de dentro da pequena casa que ficava no meio de todo o cercado saiu o meu avo, fazendo um sinal com as mãos. Meu avo não era odiado, mas também não era o mais adorado de todos, ele era bonzinho, mas seu cheiro me dava ânsias de vomito, então eu evitava o quanto podia ficar perto dele. Guardei o Diário nos bolsos e sai do carro, me avo não demorou muito para abrir a porta, e quando abriu ele me abraçou, e logo depois abraçou minha mãe, dava para ver sua cara de náusea, mas era seu pai, de qualquer modo ela tinha que abraçá-lo. A casa da fazenda do meu avo era repleta de coisas antigas, livros e tudo mais. Era bom ficar olhando todas aquelas coisas e saber que tudo era usado normalmente.
Minha mãe e meu avo conversaram um pouco sobre as coisas que vem acontecendo com ela. Os dois saíram e foram conversar em outro lugar, longe da fazenda.
Mais uma vez eu estava sozinho, eu não estava com tanto medo dessa vez, por isso fui dar uma volta pela fazenda. De fato era muito grande a fazenda, mas não fui a todas suas partes, estava muito escuro e não havia nem uma lanterna. Voltei para a casa e ainda não tinha chegado ninguém. Estava muito frio, me agasalhei e me sentei na porta da casa, fiquei por alguns segundos olhando a lua, estava linda, e era lua cheia, com aquela bela imagem tentei esvaziar minha mente. O silencio da noite não era capaz de deixar minha mente vazia, eu sempre encontrava algo para pensar, monstros e coisas do tipo. Continuei olhando para aquela linda lua, ate que a minha imaginação transformou a lua em uma mancha de sangue. Fechei meus olhos e me concentrei apenas no áudio que ali estava. Por um momento o áudio de corujas e grilos que cantavam foi interropido por um barulho, abri os olhos e me impressionei totalmente com a cena que estava diante dos meus olhos. Não era mais uma fazenda bonita e calma, tudo ali se transformou em escuridão, o canto dos grilos havia sido substituído por berros seqüenciados de criaturas que eu já conhecia. Em meio a toda aquela escuridão havia sangue no chão e algumas casas velhas e muito sujas. Me levantei rapidamente para tentar sair correndo, e foi o que aconteceu, eu corri sem direção, eu não sabia onde estava indo, mas eu sabia que não seria bom se eu corresse rumo aos berros. Eu entrei em uma casa, o meu objetivo era simples, encontrar uma lanterna, eu não conseguia ver muitas coisas com toda aquela escuridão. A casa fazia barulho a cada passo que eu dava, mas eu não me importava desde que não aparecesse criaturas tentando me matar. Eu via pouca coisa nessa casa, mas havia um pequeno armário com duas gavetas, e foi ai que consegui achar uma lanterna, e no chão havia também uma faca seja de sangue, pensei que desta vez eu poderia me defender, então peguei a faca também. Sai da casa e os berros continuavam cada vez mais altos, eu marquei o rumo onde minha mãe e meu avo tinham ido, mas esse rumo era de onde vinham os berros, mas não havia outra opção, comecei a caminhar rumo aos berros, tentando manter a calma, mas na situação em que eu estava era uma coisa bastante difícil.
Eu passei a lanterna por todos os lugares a minha volta, mas não havia muita coisa para se ver, apenas rastros de sangue, e foi o que eu segui. Os berros foram parando aos poucos, ate que eu me encontrei em um silencio profundo, e isso foi me aterrorizando de pouco a pouco.
Com a lanterna eu seguia a trilha de sangue, o lugar em que eu estava era totalmente vazio, havia só uma lua que clareava pouca coisa ali. Enquanto eu clareava o chão, não percebi que ao meu redor o cenário havia mudado, e não estava mais vazio. Agora eu estava rodeado por casas sem formas, eram casas, mas não casas comuns, elas pareciam estar de cabaça para baixo, foi ai que me lembrei do Diário de Tiago. Talvez eu podia estar no mesmo lugar em que ele esteve, mas não fiquei feliz com isso. Eu parei com a lanterna de frente para a casa mais estranha que estava ao meu redor dali, e fiquei observando aquilo. Era tão horripilante que me arrepiava ate os cabelos da perna. Tinha uma porta no meio daquela deformação de casa, mas antes que eu pensasse em entrar, a porta se partiu em dois e de dentro da porta surgiu um criatura que eu nunca tinha visto antes. Não tinha face, eram duas cabeças, mas nem uma das duas tinha nariz, olhos e boca, só tinha cabelo. A criatura caminhava devagar, pois invés de andar de quatro ela andava usando apenas três membros, um braço e as duas pernas. A criatura não fazia som algum, apenas caminhava no meu rumo. Fiquei paralisado de medo, esperando aquilo chegar ate mim. Não consegui correr. A criatura ficou frente a frente comigo, e tudo que eu conseguia fazer era ficar olhando paralisado. A faca estava na minha mão esquerda, e eu precisaria usá-la, pois a criatura estava de pe, mas mesmo assim não tive reação, e a criatura com um só braço me deu um golpe no rosto e eu cai no chão. A criatura fez forca com a parte do rosto que normalmente seria a boca, e ali se abriu um buraco, como se fosse sua boca agora. A criatura se abaixou de novo e voltou a caminhar de três ate mim. Agora tudo que se passava em minha mente era o que fazer, ate que uma coragem repentina me subiu a cabeça, e eu me levantei pondo a faca no rumo das cabeças daquela criatura, ela veio em meu rumo, e eu fiz com que a faca entrasse em sua face, assim perfurando o seu crânio. A criatura caiu no chão e começou a fazer sons estranhos e se remecher, e de uma só vez ela parou com tudo, com os sons e com suas remecheções. Eu procurei sair dali, mas quando olhei para frente, vi mais duas criaturas idênticas vindo ao meu rumo, eu sai correndo, procurando escapar daquelas criaturas, então foi ai que cai no chão, pois minha costela começou a doer. Deitado no chão e tentando me rastejar eu vi aquelas duas criaturas de duas cabeças vindo ao meu rumo, então tudo foi interrompido por uma voz me chamando.
- Diego! Diego! Já pode acordar.
Então por um breve momento tudo se escureceu, e quando menos percebo estou abrindo os olhos. Agora eu estava de frente para meu psicólogo, eu estava deitado em seu sofá. Levantei correndo e quando me dei conta de onde eu estava eu me acalmei. Agora eu estava na sala de psicologia de Daniel Oliveira.
- Esta tudo bem? - Perguntou Daniel olhando para mim.

Capitulo 15. Um colapso.

O policial veio em minha direção e me colocou uma algema, e me pos dentro do carro. Eu não consegui ver para onde Sophia estava indo agora, ela tinha ido com o outro policial, em outro carro. Eu estava indo para casa, não era muito longe. O policial não falava nada, na verdade ele nem olhava para mim, apenas dirigia apressado. Quando chegamos em frente a minha casa, ele saiu sozinho, me deixando algemado com as portas trancadas. Passaram – se alguns segundos, e depois desse breve tempo, minha mãe sai junto com o policial ate o carro onde eu estava. Minha mãe me olhou com uma cara, que eu pensei que iria me matar apenas com o olhar, ela agradeceu o policial e me chamou para entrar para casa, o policial abriu minhas algemas e me deixou sair do carro. Entramos em casa e minha mãe logo veio brigar comigo.
- O que estava pensando em invadir a casa de Alan? – Ele disse isso ainda de costas para mim, ainda bem que eu não pude ver sua expressão facial, sem duvidas não era das boas.
- Desculpa mãe, mas se eu te contar a verda... – Ela interropeu se virando para mim, o seu rosto era uma mistura de ódio com tristeza.
- Sem desculpas, isso não tem desculpa alguma, eu nem pretendo saber o que aconteceu por lá, isso concerteza só me deixaria mais nervosa.
- Mas não foi idéia minha ir para lá.
- Há, então vai dizer que isso tudo foi idéia de Sophia? Eu já sei que ela estava lá com você. – Abaixei a cabeça e tentei pensar se tudo que acontecera era mesmo culpa de Sophia, mas acho que não era totalmente dela a culpa.
- Vai para o seu quarto, tenho que decidir algo, hoje e agora.
Sem questioná-la eu fui para meu quarto, eu sentia algo tão ruim dentro de mim, parecia que minha mãe estava com um profundo desgosto de ter eu como seu filho, por um breve momento me passou pela cabeça a idéia de me suicidar, talvez fosse uma boa idéia, fazer como fez Alan, mas eu não poderia aceitar o fato de perder tão fácil, eu tinha que tentar ate o ultimo instante.
Me deitei na cama e tentei dormir um pouco, mas não consegui, foi então que pus a mão nos bolsos, E lá estava o Dario de Tiago. Engoli o excesso de saliva na boca e o abri. Na primeira pagina estava escrito.

 Eis que aqui começo o termino do que nunca terá fim.
Eis aqui que termino um fim do que nunca teve um começo.
                                                                         
                                                                                   (Buudah)

Era uma espécie de poema, não pensei muito sobre isso, então já fui logo pra próxima pagina, e comecei a ler.




Dezembro de 1993.
Ainda não sei dizer o que pode estar acontecendo comigo, mas eu não suporto mais ter esses malditos sonhos, já faz um mês e meio que eu tenho o mesmo sonho. Eu corro sem rumo algum, eu não falo e nem ouço nada, apenas corro, e os lugares por onde eu passo são sempre os mesmos e no mesmo tempo. À noite, e passo por uma rua, vejo pessoas velhas acenando com a mão para mim, e muitos e muitos bebês sem pernas rastejando sobre as calcadas sujas com sangue, eu corro, mas nunca chego a lugar algum, e quando acordo, minha janela esta sempre aberta, e eu sempre a fecho antes de dormir. Isso tudo me arrepia a espinha só de lembrar, e só de pensar na possibilidade de eu sonhar outra vez com isso, eu fico tremulo.
Eu só estou escrevendo nesse ridículo caderno, porque meu psicólogo disse que me ajudaria a acabar com os sonhos, ele disse que isso era excesso de imaginação, o que eu não acredito de modo algum.
Tenho dezessete anos, e odeio ter sonhos estranhos.
                                                                                               
                                                                                                         Tiago Vaz

Achei estranho o seu sonho, mas o que era obvio, esse sonho lembrava os meus sonhos. Passei para a próxima pagina.

Dia 10 de Fevereiro de 1994. Meia noite e vinte AM.
Primeiro fato que eu gostaria de mencionar logo de começo, estou no meu quarto com a porta fechada, algo esta atrás da porta, não sei bem o que e, mas quando cheguei em minha casa eu vi uma pessoa destruindo a minha casa, fiquei sem reação a primeira vista, então depois de alguns segundos vim correndo para meu quarto, e a pessoa que estava destruindo meu quarto veio atrás de mim e agora esta tentando derrubar a porta, estou com muito medo.
                                                                                                            Tiago Vaz.

Dessa vez eu imaginei que pessoa fosse essa, a primeira coisa que me veio à cabeça foi sua mãe, pois isso aconteceu comigo também, não gosto nem de lembrar desse fato. Antes que eu continuasse a ler a próxima pagina, choros da minha mãe me interromperam, e desci as escadas correndo deixando o diário em cima da cama.
- Mãe o que aconteceu? – Ela olhou para mim e depois voltou a chorar, colocando as duas mãos sobre o rosto, logo depois ela levantou o rosto.
- Porque Diego, Porque ele se suicidou sem motivos... Eu não entendo. – Agora eu havia entendido o motivo dos choros, Alan Nicolau havia se suicidado, eu não quis dizer nada, mas eu sabia muito bem o motivo de seu suicídio. Imaginei pelo terror que ele deveria estar passando agora, e sem saber como foi para lá, deve ser horrível à sensação. Abracei minha mãe e tentei ajuda – lá.
Logo depois de um breve tempo de lamentos minha mãe sai da sala e vai para o seu quarto e depois para o banheiro. Fiquei pensando em como ela deveria estar agora, perdeu o marido e o amigo, e os dois cometeram suicídio, não seria estranho eu descobrir que meu falecido pai conhecia esse Paralelo Pulse, e por isso ele cometera suicídio.
Fui outra vez para o meu quarto e peguei o diário. Já era tarde da noite, mas eu não estava nem um pouco com sono, por isso voltei a ler o diário.

Dia 10 de Fevereiro de 1994. Uma e Dez AM.
Não estou mais em casa, estou em um lugar completamente estranho, nunca passei por aqui antes, e como cheguei aqui, não faço a menor idéia. Por todos os cantos desse lugar a umidade. Não sei dizer se e uma mina ou uma caverna comum. A única coisa mais recente que lembro, e eu correndo de algo, na verdade uma criatura, não me lembro de sua aparência. Fechei os olhos em meio ao desespero, e quando abri os olhos, eu estava aqui. Agora estou caminhando por esse lugar escuro e sem forma, não tem prédios retos e bem construídos, eles estão tortos e sujos, alguns com formas diferentes e alguns eu ate acho que estão de cabeça para baixo. Quero ate ver quando mostrar isso ao meu psicólogo, o que ele ira achar dessa terrível loucura. Se eu conseguir sair daqui.
                                                                                                            Tiago Vaz.

Respirei fundo, e me ajeitei na cama. Passou por minha cabeça a possibilidade de Tiago Vaz estar dentro do Pulso Paralelo. Fiquei me perguntando o porquê de eu ate hoje não ter conseguido entrar lá e ver realmente o que poderia ter lá dentro, toda vez que penso estar lá só vejo escuridão sobre escuridão.
Antes que eu continuasse a ler novamente minha mãe interrompeu.
- Filho, eu acho que precisamos de férias, por isso acabei de ligar para seu avo Robson, e ele concordou que agente fosse para sua fazenda nesse final de semana. Amanha... Quer dizer hoje já e sexta feira, então durma um pouco que depois da sua consulta com o Psicólogo nos vamos para a fazenda do seu avo, tudo bem? – A voz da minha mãe estava triste, fúnebre e serena, e seus olhos estavam vermelhos, sem duvidas ela não estava se sentindo bem. Eu não queria ir de modo algum para a fazendo, tudo que eu queria era descobrir coisas sobre esse Pulso paralelo, mas como minha mãe não estava se sentindo nem um pouco bem, eu apenas movimentei a cabeça com concordância e me deitei na cama procurando dormir.
   Demorei um pouco para cair num sono, pois ate que eu conseguisse parar de pensar no diário de Tiago, não foi uma coisa muito fácil.


Sonho.
Estou de frente para um garoto, um garoto como eu. Alto, de cabelos escuros e curtos e sem muita expressão facial. Estamos parados um de frente para o outro, em total silencio, apenas olhando um para o outro, o ambiente e sem forma alguma, tem dados gigantes por todos os lados, e brinquedos quebrados, o garoto que estava na minha frente abriu um sorriso e começa a levantar a mão, como se estivesse apontando o dedo para alguma coisa, mas seu dedo estava apontado para minha testa, o garoto abaixou o braço e parou de sorrir.

Acordei com o despertador no meu quarto, era hora de ir para o psicólogo.
- Nossa! Será que eu devo falar o que eu aconteceu comigo? – Sussurrei para mim mesmo, saindo do quarto e indo tomar uma ducha.
Sai do banho e me troquei rapidamente, minha mãe já havia preparado o café, e alimentei e fui para o carro, fomos para a área de psicologia. Esperei alguns minutos do lado de fora ate que ele me chamou e eu entrei na sua sala.
- Ola! Diego. – Disse o Psicólogo ainda de pe.
- Ola.
- Me desculpa, mas eu não me apresentei como devido na outra consulta,
Meu nome e Daniel Oliveira. Como foram seus últimos dias antes de chegar ate aqui. – Respirei fundo e fiquei com a certa duvida na cabeça, falar tudo que aconteceu ou não falar. Achei melhor contar só algumas coisas.
 - Bem, eu achei um diário, o diário era de um garoto, que eu não sei se ainda esta vivo. – Ele olhou para mim com um olhar de duvida.
- Onde achou esse diário Diego? – Perguntou ele levantando a sobrancelha.
- Na verdade Daniel, minha prima, Sophia foi quem achou, então não sei dizer onde ela achou exatamente. – Fiquei nervoso, pois mentir não era de nem um modo o meu forte.
- E você esta com esse diário agora?
- Não.
Ele se sentou e pegou alguma coisa em sua gaveta, era um papel, ele me entregou o papel junto com uma caneta.
- Bom! Essas são algumas questões, gostaria que você as respondesse para mim, ok?
Peguei o papel e comecei a responder.

01. Você já perdeu alguém muito importante da sua família? Se sim diga quem.
 Resposta. Sim meu pai. Edgar Viana.
02. Você tem muitos amigos?
Resposta. Não.
03. Você tem alguma relação com religião?
 Resposta. Não muito.
04. Você tem a imaginação fértil?
Resposta. Sim
05. Diga qual o seu maior medo.
Resposta. Morrer e virar uma alma perdida.

Terminei de responder as questões e entreguei o papel para o psicólogo, ele olhou caminhando pela sua sala, ele guardou a folha e disse.
- Muito bem. Acabou por hoje, quero que volte semana que vem com esse diário que você pegou com sua prima.
Movimentei a cabeça e sai da sala, minha mãe estava me esperando do lado de fora, me perguntou como foi e coisas do tipo, sem duvidas eu não respondi com palavras verdadeiras. Chegamos em casa e arrumei minhas coisas, roupas e alguns livros, mas eu sabia que a única coisa que eu ia ler na fazenda do meu avo era o Diário. Entramos no carro e saímos deixando a casa fechada e me deixando uma certa duvida na cabeça. – Aonde poderia estar Sophia agora?
 - Me ajeitei no banco do carro e peguei nu

Capitulo 14. O inesperado

- Acha que a porta esta trancada? – Perguntei a Sophia, ela olhou pra mim e revirou os olhos, tentando-me constranger.
- Mas claro que esta trancada, acha que alguém iria dormir e deixar a porta aberta? – Quando me dei conta do que ela estava dizendo, percebi que estava sendo constrangido.
- Vamos por trás, deve ter alguma entrada ou janela por ali. – Disse ela apontando para o muro.
- Teremos que pular, nossa tomara que isso valha a pena.
- Pode apostar que vai valer a pena sim. – Respondeu-me já subindo ate a metade do muro, e em um piscar de olhos, Sophia já estava do outro lado do muro. Escutei-a fazendo um som de quem esta com nojo de algo, um som como, - Urrgh! Eca! Harrg. - E coisas do tipo.
- Caramba! Isto deve estar aqui há semanas, nossa! Como fede. – Disse Sophia já do outro lado do muro.
- Hei, Não vai pular? – Sophia disse aos risos forçados.
Não respondi nada, apenas fui subindo no muro, ate que percebi sua altura, e cai de lá de cima no chão, não cai por medo, o motivo real foi a minha costela que ainda doía quando eu forçava o tronco, depois que Sophia parou de rir consegui explicar para ela o porquê de eu cair de cima do muro. Havia um rato no chão, ele já estava podre, e fedia de longe, e do seu lado tinha também algumas manchas de sangue, não pude saber se era do rato ou de outra coisa.
Deixamos de lado o corpo podre e fedido do rato, foi ai que nos demos conta do quão fúnebre e estranha era a casa, parecia casa de filme de terror, era muito grande. Em um canto havia dois cachorros, mas não pareciam estar vivos, fomos chegando mais perto, e então percebemos que também estavam mortos, mas não como o rato, eles haviam morrido de fome sem duvidas, pois sua vasilha de por comida estava completamente vazia, e a de água também estava. Sophia ficou passando mal por alguns minutos, e enquanto eu ria, ela vomitava no canto da porta de entrada. A porta principal estava trancada, e não havia janelas ou qualquer outro tipo de passagem para eu e Sophia entrarmos na casa.
Abandonei aquele quintal fedido, saindo outra vez para rua, dessa vez não cai do muro. Sophia veio logo atrás, ainda passando mal e reclamando da náusea.
Ao lado da casa de Alan, tinha uma pequena casa, ela não era nem cercada por muros, e como não parecia ter ninguém, resolvemos entrar para ver se dali poderíamos achar alguma entrada pela casa de Alan. Andamos por toda volta da casa, não entramos lá dentro com medo de chegar alguém e nos denunciar para a policia. Quando estávamos já saindo da pequena casa, vejo encostada no muro uma escada, e reparei também que essa escada poderia nos por dentro da casa de Alan, pois a única janela da casa de Alan estava no andar de cima da casa, e não a outro jeito melhor de chegar lá em cima alem de escadas. Peguei a escada e coloquei rumo à janela, pedi para que Sophia fosse primeiro, para que eu ficasse de apoio caso a escada quebrasse, já que era uma coisa não tão difícil de acontecer por ela ser de madeira.
Por sorte não quebrou e Sophia chegou lá em cima, já esperando por mim, logo que ela chegou fui subindo as escadas o mais devagar possível, a escada estava muito bamba o que me deixava de pernas bambas.
Consegui chegar ate a janela, e entrei na casa. A casa era de fato antiga e com enfeites e artefatos antigos, o que aumentava meu medo, aos poucos. Estávamos agora em um quarto, que estava meio bagunçado com algumas roupas no chão. Saímos do quarto em total silencio. Agora de fora do quarto em que entramos, estávamos em um corredor, com três outras portas, duas do lado esquerdo, e uma do direito, as três estavam fechadas, fomos vasculhando uma por uma, primeiro começamos com a do lado esquerdo, era um banheiro comum, na porta lado era outro quarto, mas com outra decoração completamente diferente da do quarto anterior, parecia decoração infantil, não achamos ninguém dormindo por lá. Logo depois entramos na porta do lado direito, a porta parecia estar velha, com alguns arranhões e de todas elas era a única que estava trancada. Sophia teve a idéia de batermos na porta com forca, ela pensou que se tivesse alguém lá dentro, ela acordaria com os barulhos na porta, mas dessa vez eu raciocinei, como alguém iria dormir e trancar a porta, não a motivo pra uma pessoa comum fazer isso, foi ai que tive a idéia de tentar arrombar a porta. Chegamos para trás e nos dois juntos fomos com força na porta, com o objetivo de quebrá-la na primeira tentativa, mas não conseguimos, na quarta tentativa conseguimos fazer a porta se mover, eu já estava com dores na costela, mas não desisti, e foi com essa minha insistência que conseguimos arrombar a porta e demos de cara com Alan de pendurado numa corda que estava amarrada no teto do quarto, ele se suicidou com enforcamento era o obvio que eu e Sophia víamos. Ficamos chocados quando vimos aquilo, e agora todo o nosso esforço foi em vão. Eu ficava me perguntando o porquê dele fazer isso... O porquê de um suicídio.
Por um minuto passou a cena que esclareceu tudo em minha mente. Alan subiu as escadas correndo, ele passou do meu lado entrando para o quarto em que encontrei seu corpo, logo atrás dele vejo uma criatura com o rosto coberto por cubos brancos, cubos geométricos, os cubos ficavam no lugar do olho, e sua pele parecia ser áspera e velha, a criatura veio correndo em meu rumo, mas antes que me tocasse, Alan fechou a porta e rapidamente a trancou. Ele ficou caminhando para todos os lados do quarto, mas não havia nem uma saída, ele viu uma corda debaixo da cama, pensou um pouco, a pegou e subiu em uma cadeira para amarrá-la no teto, nesse momento eu não estava vendo Sophia, sem que eu percebesse aquilo se tornou um filme para mim. Alan já estava com a corda no pescoço, o monstro batia desesperadamente na porta, mas ela não abria, Alan olhou diretamente para mim, e escorrendo uma lagrima do olho esquerdo, ele deixou que a cadeira caísse, e se enforcou.
Agora tudo estava voltando ao normal, e eu já podia ver Sophia se lamentando por não ter conseguido salvar Alan Nicolau, não contei o filme que se passou em minha cabeça, mas acho que ela percebeu o que tinha realmente acontecido ali, isso explicava os arranhões na porta do quarto.
- Não acha melhor irmos embora? – Perguntou Sophia com lagrimas nos olhos.
- Sim, e melhor sairmos daqui logo, antes de ficarmos com problemas.
 Saímos pela mesma janela em que entramos, descemos as escadas e pulamos o muro, Sophia pulou primeiro e eu fui logo em seguida, caindo outra vez no chão, me levantei e tentei me limpar.
- O que você mencionou mesmo sobre arranjarmos problemas? – Olhei para cima me levantando rapidamente, e havia três carros de policia, os policiais saíram dos carros apontando as armas para nos, levantei as mãos, apenas um policial ficou comigo e com Sophia, os outros invadiram a casa de Alan Nicolau, o policial que estava com agente ficou olhando para mim e rindo, ate que ele disse,
- Você e o filho de Carmen? – Perguntou o policial.
- Sim. – Respondi aflito, o policial abriu um sorriso no rosto.
- Bom saber, e quem e essa garota? – Perguntou olhando para Sophia.
- Sou Sophia, por que precisa saber disso? – Interrompeu minha resposta.
- Por que tenho a impressão de que você dois estão encrencados.
 Saiu dois policiais de dentro da casa dizendo que tinha um corpo na casa, eu e Sophia nos entreolhamos e pensei comigo mesmo.
- E agora geniazinha, como iremos sair dessa?

Capitulo 13. A descoberta de Sophia.

A rua me deixava com os lábios dormentes, e eu já pronto para dar meia volta e deixar minha prima sozinha, eu a encontro, parada, sentada na calcada, ela estava tão pálida que na mesma hora em que a vi pensei que poderia ser outra coisa, ela parecia ter visto um fantasma. Cheguei a sua frente.
- Esta bem! O que quer comigo essa hora? – Perguntei fazendo um gesto de alguém que estivesse incomodado com aquilo. Mas antes de responder ela se levantou e me abraçou, eu não entendi de modo algum o que estava acontecendo, e ainda por cima senti algo descendo a minha nuca, sem duvidas ela estava agora chorando, não consegui pensar no que estava acontecendo com ela, mas o mais obvio era que ela conseguiu entrar no buraco, e não deve ter acontecido coisas boas com ela por lá.
- Eu vi tantas coisas hoje Diego, eu estou com tanto medo do que pode acontecer comigo, tanto medo. – Sussurrou Sophia no meu ouvido, aos prantos.
- O que aconteceu com você? – Perguntei tentando parecer interessado.
- Na noite passada, eu pensei que ia ter uma noite comum como todas, iria sonhar com coisas bonitas, mas muito pelo ao contrario, eu tive um pesadelo, ou se e que pode chamar isso de pesadelo. Essa noite eu demorei um pouco para dormir, ate que eu adormeci, e quando acordei estava em um lugar muito estranho, que eu nunca tinha visto antes, era muito escuro, e por isso eu não podia descrevê-lo, ate que eu notei que havia algo em meus bolsos, era uma lanterna, consegui acende-la e quando acendi me dei cota da onde estava ali não podia ser um lugar natural, não tinha como ser. Era como uma caverna, na verdade podia ate se ouvir pingo caindo do teto, em meio a parede rochas enormes e úmidas, tão úmidas que ate escorria pela parede, a lanterna não estava com as pilhas boas, então não pude ver claramente o que tinha mais a frente. Entre as rochas, eu vi uma passagem, e a frente da passagem que por sinal muito estreita eu vi um trenó velho, sem duvida tinha muito tempo que ele não era usado.  Fui tentar passar pela pequena passagem que havia entre as rochas, foi difícil, mas consegui, quando passei pelas rochas uma voz rouca e cansada de um homem me chama, mas não pelo meu nome. Imediatamente olho para trás, e vejo um homem, não parecia ser muito velho, devia ter entre 38 a 40 anos de idade, mas sua aparência não estava nada bonita, havia sangue por todas as partes do seu corpo, inclusive no rosto, tentei ajudá-lo, mas ele se recusou a andar, tentei deixá-lo de lado, mas não consegui, pois tudo que tinha a minha volta alem dele, era um trenó velho e enferrujado e escuridão, era tão escuro que a minha lanterna não tinha a luz o suficiente para meus olhos avistarem ali. Eu juro Diego que tentei manter a calma diante daquela situação, mas acho que nem mesmo você conseguiria, foi então que me dei conta que aquilo não era um pesadelo e muito menos um sonho. O homem me perguntou o porquê de eu estar ali, eu respondi o obvio, eu não sabia como fui parar ali, só fui dormir e acordei nesse lugar horrível, o homem respirou fundo para recuperar o fôlego, ele parecia estar morrendo.
Narração da conversa dos dois, o que exatamente se passava na cabeça de Sophia naquele momento.
Disse o homem com sangue por todas as partes do corpo.
- Não acredito que veio parar aqui por acaso, deve ter algum motivo não acha? – O homem respirou fundo mais uma vez e mordeu os lábios.
- Acho que não tem motivo algum para eu estar aqui. Afinal, qual e o seu nome? – Perguntei ansiosa.
- Meu nome e Alan Nicolau, eu não sei exatamente como vim para aqui. Mas esse lugar e muito ruim, não queira sair daqui, se for para o outro lado, depois das rochas, encontrara coisas horríveis. – Disse Alan olhando para a escuridão, desviando totalmente os olhos de mim.
- Acho que sei que coisas são essas. Há alguns dias atrás, eu tive um pesadelo muito estranho, e eu estava na casa do meu primo, o sonho era eu correndo de mulheres estranhas, pálidas e que corriam de quatro, mas antes desse sonho, aconteceu algo terrível comigo. Lá onde meu aconteceu um blecaute, e já era tarde da noite, como ele estava meio estranho, e parecia o tempo todo estar com medo, eu sai da casa, com o objetivo de assustá-lo, mas isso não aconteceu, quando sai de casa estava muito escuro, e eu acabei me perdendo. Em meio a escuridão, eu só conseguia escutar berros, mas os berros não podiam ser berros de pessoas humanas, aquilo foi com certeza algo sobrenatural, eu fiquei desesperada e sai correndo desesperadamente rumo a qualquer lugar, mas eu corria ate me exaustar, e não chegava em lugar algum, foi então que desmaiei, e quando acordei estava em frente a casa do meu primo, deitada na calcada, não sei como mais aquilo acabou se tornando um pesadelo. – Respirei fundo e deixei uma brecha de silencio para que ele pudesse pensar em algo a dizer para mim, algo que me acalmasse.
- Nossa! Não posso imaginar o medo que você sentiu em meio a toda aquela escuridão. Eu não sei dizer a você como vim parar aqui, não lembro de muita coisa que aconteceu, a única coisa que eu lembro foi que eu estava ajudando uma amiga, pois ela tinha acabado de perder o marido, e seu filho estava passando por alguns apuros, fui tentar ajudá-los, primeiro eu comecei levando o garoto à igreja, ela disse que ele estava tendo sintomas de possessão demoníaca, mas desde o começo eu sabia que não era uma possessão demoníaca, entre esses dias eu não sabia muito bem o que era esse lugar, eu tinha vindo uma vez quando criança, e nunca mais voltei. Eu sabia como funcionava, e quando eu o vi desmaiando sem motivo algum, eu percebi que poderia ser isso, foi então que eu comecei a tentar desvendar todo esse mistério. Primeiro fui procurar o que era esse lugar, e consegui descobrir, esse lugar onde estamos agora mesmo, e um pulso paralelo entre o céu e o inferno, aqui não tem regras sobre Deus ou sobre Lúcifer, não existem anjos ou demônios, aquelas coisas, não são demônios, são seres sobrenaturais que dependem do seu medo, eu não sei se existe um chefe que os governa... – Ele fez uma pausa e respirou fundo, então o interronpi antes que voltasse a falar.
- Esse garoto que você levou a uma igreja, você sabe o nome dele? – Perguntei já sabendo a resposta.
- Diego! Por quê?
- Por que eu sou prima dele. – Disse eu esperando que ele reagisse com mais surpresa, mas tudo que ele fez foi dar um leve sorriso e continuar falando.
- Lamento por isso, mas antes que vá, pegue isso. – Ele pegou do bolso um caderno escrito Tiago, e embaixo do nome 2000.
- O que e isso?
- Foi com isso que eu consegui descobrir o que e esse lugar, esse e um diário de um aluno do Colégio Sócrates, o nome dele e Tiago, ele entrou aqui varias vezes, mas antes que eu o encontrasse eu parei aqui, olha! Talvez eu esteja dormindo na minha casa, se voce conseguir sair daqui vá ate a minha casa, fica na Rua dos Corpos, e a terceira casa a esquerda.
- Mas como acha que eu posso sair daqui?
- Talvez se alguém te acordar, ou se voce sofrer um forte impacto aqui. – Nesse momento sem pensar eu sai pela em rumo à escuridão, deixando o homem lá sozinho, eu estava louca para contar a Diego o que aconteceu aqui, foi então que eu cheguei a um lugar que não tinha chão, e cai de um penhasco e depois de alguns segundos, acordei toda suada em minha cama, com o diário nas mãos.
Deixando as lembranças de lado, e voltando a Rua dos Corpos.
Eu estava ate pálido, eu não podia acreditar que Sophia chegou tão longe sem um misero esforço, ela já sabe tantas coisas, e aquele homem, Alan, eu sabia que tinha algo de errado com ele, desde o começo. Sophia coloca a mão esquerda no bolso e pega um caderno, que era sem duvidas o diário que ela citou na historia.
- Tome, leia ele, preciso que descubra onde Tiago mora, teremos que acabar com isso, antes ele vinham atrás de nos, agora Diego nos vamos atrás deles, de todos esses monstros.
Peguei o diário e o guardei no bolso.
- Bom você sabe onde estamos ne? – Perguntou ela com um sorriso entre aberto nos lábios.
- Na Rua dos Corpos, não?
- Também, mas estamos em frente à casa de Alan Nicolau. - Disse Sophia se virando de costas e olhando diretamente para uma casa que agora estava de frente para os meus olhos. Respirei fundo e olhei para Sophia dando um sorriso falso.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Doze. De volta a Rotina?


Sedo demais para analisar os seos erros.
Primeiramente gostaria de não mencionar nomes
Appesar de ser o meu forte.
Vou apenas alerta-lo honradamente ,
Hoje vou me esquecer do H
Ele já causou muitos problemas a mim
Infim, agora você deve estar se questionando,
Qual o sentido desse bilhete?
Talvez não à sentido algum. Lamento por suas perdas.
                                               
                                                "Nao repare nos erros,
                                                 Sou apenas um mero e pobre,
                                                 Cachorro morto".
Assinado: Lupi

Arregalei os olhos e perdi o sono de uma só vez.
Levantei-me do sofá assustado, e sem pensar muito sobre o bilhete me sentei na porta de casa. Fiquei olhando o lugar onde Lupi foi assassinado, imaginando como um cachorro morto poderia me mandar um bilhete, totalmente sem sentido. Eu li o bilhete varias vezes, e torcendo para que minha mãe chegasse o mais rápido possível, eu estava assustado e confuso, não sabia o que pensar e o que fazer, e quando eu menos esperava minha mãe aparece em meio a escuridão da rua. Contei para ela sobre o bilhete, e ate mostrei para ela, mas como sempre ela não acreditou e disse que eu tinha inventado tudo isso, inclusive o bilhete. Depois de ter me alimentado sai correndo para o quarto, mesmo com a costela doendo eu consegui subir as escadas em uma velocidade impressionante, - Talvez isso fosse um sinal de que eu poderia estar melhorando.
 Deitei na cama, e fiquei esperando o sono chegar, não tenho noção de quanto tempo eu fiquei ali, parado e deitado, mas infelizmente ocorreu algo ruim nesta noite. Eu já estava quase dormindo quando eu senti certa presença, algo que não sei explicar. Tento esticar o pescoço para ver se havia algo embaixo da minha cama, mas tudo que vi foram sombras, e ao voltar para a posição exata para eu relaxar, eu rapidamente caio em um sono, como se tivesse sofrido uma forte pancada na cabeça, e tenho um breve sonho.

   Estou caminhando por um lindo bosque, não a ninguém nele, o tempo estava totalmente nublado, e a nevoa estava forte, mas mesmo com um tempo tão terrível desse o bosque não deixava de ser bonito. Eu não sei explicar onde era esse bosque, nem sei se poderia ser perto da minha casa. Caminhando calmamente, eu passo por um lago um pouco grande, e quando resolvo tirar a visão do lago eu vejo de longe, em meio a nevoa algo vindo em minha direção, não era algo grande como uma pessoa, era algo pequeno como um animal, talvez um gato, mas pro meu azar, não, não era um gato, com o andamento do que estava por vir, eu pude perceber que era um cachorro, e lógico, era Lupi, meu cachorro que foi morto misteriosamente. Com a aparição do meu cachorro eu fiquei totalmente imóvel, o cachorro parou na minha frente, em uma distancia de 1 metro e assim, começou a latir. O cachorro estava em sua forma perfeita, sem machucados ou algo do tipo. Ele latia como se estivesse latindo pra m estranho, mas foi ai que percebi que ele não estava latindo para mim, pois seus olhos estavam totalmente focados para o meu braço, e não havia absolutamente nada em minhas mãos ou em meus braços, então rapidamente duas mãos se puseram em minha barriga, mas a pessoa que possuía essas mãos estava atrás de mim e não quis ver quem era, ou por estar apenas totalmente imóvel. O cachorro ainda latia, e as mãos ainda estavam na minha barriga, ate que fortemente as mãos me levaram, com muita força para trás, estavam me puxando para algum lugar e quando menos percebo estou em um lugar com muita água, sem duvidas era o lago em que eu tinha passado há alguns minutos atrás.  Eu ia afundando rapidamente no lago, e eu não via nada mais alem de água, sobre, água, um tom azul aquático que cercava meus olhos, me deixando sem reação alguma. Em meio a tanta umidade, das minhas mãos foge algo, e era o bilhete, eu já estava sem forcas, quase desmaiado no meio daquele lago, e antes de me apagar definitivamente eu consigo ler no bilhete que já estava quase na superfície do lago.
 ``Assindo,  Lupi ``
E apaguei totalmente.

Levantei bruscamente da cama, assustado e quando percebo estava em meio à madrugada, e muito molhado, mas não de água, - era suor. Fui andando vagarosamente, de cabeça baixa ate o banheiro, fechei a porta e lavei o rosto, e olhando-me para o espelho e fiquei pensando no sonho, e imaginando se poderia ser verdade o que acabara de acontecer, foi então que me lembrei que o bilhete estava no meu bolso, coloquei a mão no bolso rapidamente, e não havia bilhete algum, só sobra de papel de chicletes. Arregalei meus olhos de frente para o espelho e fiquei por alguns segundos sem reação pensando sobre isso, ate que a minha onde de pensamentos e interronpida pela voz da minha mãe.
- O que aconteceu com você meu filho? Você esta tão suado. - Perguntou colocando a mão na minha camisa.
- Eu só tive mais um pesadelo. – Respondi saindo do banheiro com ela me olhando com o olho arregalado com a mãe segurando a porta.
Voltei para o quarto e fui procurar pelo bilhete, mas durante as meia hora em que procurei pelo bilhete, eu só encontrei papeis velhos na minha gaveta. Eu já podia ver o sol se pondo, o que me dava certo alivio. Me deitei outra vez mas não consegui adormecer, só fiquei pensando em onde poderia estar o bilhete que recebi do meu cachorro, onde ele poderia estar agora.
Levantei da cama e fui tomar café, tive uma manha como todas, pela primeira vez depois de muito tempo, esta ali eu e minha mãe sentados na mesa, mas algo que me deixava triste e ver que meu pai não estava mais ali, ocupando o lugar de chefe da casa, o café da minha foi vazio.
 Quando sai da mesa eu me vi de frente com a tristeza, pois quando percebi que meu pai não estava viajando e sim morto, bateu uma saudade, uma saudade que eu nunca senti dele antes, comecei a lembrar das nossas brincadeiras no parque com Lupi e de seu silencio misterioso, mesmo ele sendo um homem misterioso, ele era meu pai e eu o amava, na verdade ainda amo.
  Apesar de todos esses pensamentos, tinha algo em mim que me deixava alegre, já fazia três dias que eu não vejo nem um vestígio de monstro ou alguma coisa horripilante, estava ate mesmo querendo ir pra escola.
   Corri para o quarto eu fui arrumar minhas coisas, meus livros e materiais escolares. Desci as escadas rapidamente, e minha mãe sentada no sofá sem entender nada, apenas sorriu e perguntou;
- Como esta se sentindo Diego?
- Muito melhor, hoje eu vou ate pra escola. – E sai de casa rindo, feliz da vida.
 No caminho da escola eu encontro Rafaela, uma amiga de classe, ela me pergunta o que estava acontecendo que eu não estava indo a escola, eu apenas disse que estava dengoso e meu medico havia pedido para mim fica de cama durante alguns dias, - Acho que ela não acreditou, mas ela fingiu muito bem.
 Chegamos ao colégio, e tive uma sensação muito ruim, quando entrei na porta principal do colégio todos os alunos que me viram ficaram me olhando e falando coisas uma nos ouvidos das outras, alguns ate sorriam quando passavam por mim.
- Por que eles estão reagindo assim a me ver? – Perguntei para Rafaela, imaginei que ela saberia responder.
- Todos estão dizendo que você esta ficando louco, e que fica inventando estórias sobre monstros. – Respondeu Rafaela com um ar de do de mim, o que me constrangeu muito mais.
Sai balançando a cabeça e fui para a sala. Esse foi o pior dia de aula que eu já tive, todos ficavam olhando para mim, e caçoando de mim, perguntando se eu tinha conversando com o bicho papão esta noite. Fui embora da escola pretendendo nunca mais voltar.
 Cheguei a minha casa com lagrimas querendo sair dos meus olhos, mas segurei o choro desta vez. Entrei em casa e não havia ninguém, quando vou caminhando para a cozinha o telefone toca e meu coração toca ao mesmo tempo ao susto que eu levei. Atendi com um pouco de medo, pois há havia passado pelo mesmo momento.
- Alo quem fala? Perguntei com um arrepio percorrendo a espinha.
- Sou eu, Sophia. – Respondeu do outro lado uma voz cansando, não parecendo muito com a voz de Sophia.
- Sophia, o que você quer?
- Eu queria que você viesse me encontrar aqui na Rua dos Corpos.
- Mas o que você quer comigo Sophia? - Perguntei já meio irritado.
- Eu quero contar uma coisa que eu descobri, e sobre o Paralelo Pulse.
- O que e isso? Nunca ouvi fala sobre esse Paralelo Pulse. – Perguntei sem saber o que pensar.
- Vem logo aqui que eu te conto melhor sobre isso. – Desliguei o telefone sem dar resposta e sai da sala. Fiquei pensando no que poderia ser esse Paralelo Pulse, eu nunca tinha ouvido sobre isso antes, e infelizmente eu tive muita curiosidade sobre isso, foi por isso que sai de casa, e fui ate a Rua dos Corpos à procura de Sophia.

ONZE. Parecia normal




Depois de muitas noites sem dormir, essa noite eu também não consegui, era uma hora da manha quando Sophia grita do quarto de hospedes.
- Socorro Diego aconteceu de novo. - Aos gritos.
Eu não sabia o que fazer, mas minha tia Rosane não gostou nada disso, e disse que ia embora hoje mesmo, que eu era muita ma influencia para sua filha.
Acordei com Sophia sentada na minha cama.
- Diego, aconteceu de novo, eu estou com medo, essa noite eu sonhei com uma mulher me perseguindo em um corredor muito estreito, a mulher era pálida e tinha as vestes sujas de sangue, a mulher berrava como se estivesse morrendo, e por alguns segundos ela conseguiu me pegar pelo braço e olha só.
Sophia levantou a manga da blusa e lá estavam as marcas de dedos feitas com sangue. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, tia Rosane entra no quarto.
- Sophia! Vamos embora, agora. - Disse Rosane com um ar muito pesado de arrogância.
Eu suspirei, e peguei na mão de Sophia, ela virou as costas e se foi com minha tia, mas pude notar que atrás de Sophia tinha mais alguém, mas não pude ver o rosto por que estava de costas, mas ao sair a pessoa que estava atrás de Sophia parou e se virou para mim, eu nunca havia visto aquela pessoa, ela era pálida e estranha, parecia que tinha acabado de morrer, sua roupa estava limpa, mas sua mão estava suja com sangue, foi ai que chamei Sophia, ela voltou e ficou de frente para mim.
- Sophia! Acredito em você, em tudo que você disse, e eu sei que é verdade. - desabafei. Sophia ficou sem reação, e no meio do silencio a voz irritante da minha tia nos atrapalha chamando-a para ir embora. E mais uma vez ela sai do quarto.
Fiquei com medo de agora ela poderia estar da mesma situação da minha e eu definitivamente não sabia o que fazer. Deitei-me na cama por alguns segundos ate que a minha mãe entrou no quarto e me diz para me arrumar para a consulta com o psicólogo que seria às 14 horas. Arrumei-me e sai do quarto, mas antes de sair totalmente eu parei em frente a porta e olhei para a debaixo da cama, me impressionei por não ter visto nada, e virei as costas saindo da casa. Foram alguns minutos ate chegar à área psicológica. Esperei mais alguns minutos de fora da área
principal, ate que finalmente entrei, o psicólogo estava vendo uns papeis e sem olhar para mim e pediu para eu me sentar, me sentei de vagar e ele começou as perguntas.
- Me diga, qual e o seu nome? - Perguntou ainda sem olhar sem olhar para mim.
- Diego.
- Diego, você tem quantos anos?
- Dezesseis.
- O que esta acontecendo com você? - Perguntou agora olhando diretamente em meus olhos, e deixando de lado o papel em que ele estava fazendo anotações.
- Eu estou passando por alguns fatos estranhos. - Respondi tremendo, pois eu já sabia que ele não iria acreditar em nada, mas eu ia tentar contar de qualquer modo.
-Pode me dizer Diego que fatos são esses? – Perguntou ele com um olhar de quem parecia estar curioso.
- Eu vejo coisas estranhas, como monstros que saem de debaixo da cama.
- O que exatamente você ver?
- Algumas vezes umas mulheres com o rosto pálido, às vezes coisas que não sei afirmar se era mulher ou homem. A maioria com sangue nas roupas ou nas mãos, e sempre saindo de baixo da minha cama, tive também espécies de sonhos, mas muito reais em que eu me machucava e quando eu acordava estava machucado ou com sinais que ficaram em mim no sonho. – Disparei, ele deu um suspiro e me entregou uma folha em branco.
- Por favor, desenhe todos os seus sonhos nessa folha. – Disse o psicólogo com um leve sorrisinho.
Pensei um pouco no que eu desenharia, e infelizmente seria muitas coisas, pensei um pouco e comecei com uma cama, depois desenhei um buraco debaixo da cama, e logo depois eu correndo de varias criaturas difíceis de descreverem em uma cidade destruída, e eu não sei por que, mas veio a idéia de desenhar a minha prima deitada no chão com sangue. Terminei o desenho, não foi o melhor que fiz, mas, impressionou o psicólogo.
- Interessante! Eu gostaria de continuar, mas infelizmente seu tempo esta acabando, mas antes de se retirar, quero que me diga, quem e esta garota caída no chão? – Perguntou ele pondo o dedo sobre o desenho.
- Essa e minha prima, Sophia! – Respondi sem olhar para a folha.
- Ela morreu há quanto tempo? – Me espantei com a pergunta, pois só nesse momento eu me dei conta do que eu tinha realmente desenhado, desenhar a minha prima morta não era de modo algum a minha intenção, mas como eu disse, não sei o porquê dessa imagem surgir na minha mente, simplesmente surgiu, e eu desenhei.
- Ela não esta morta. Não sei o que deu em mim para desenhar isto. – O psicólogo olhou bem nos meus olhos, ele parecia estar bastante espantado, mas hesitou em fazer qualquer pergunta sobre o assunto.
- Tudo bem, volte na próxima quarta no mesmo horário, quero te entender. – Finalizou a frase apertando minha mão e se levantando da poltrona onde estava sentado, sorriu e por fim me retirei, mas antes que eu me retirasse completamente da sala ele fez uma ultima pergunta.
- Diego, quantos anos tem Sophia?
- Treze. – Sai sem olhar outra vez para seu rosto.
Agora totalmente fora da sala de psiquiatria, eu encontrei minha mãe conversando com uma velha senhora. A primeira a me ver foi à velha senhora, logo depois a minha mãe se virou, já disparando perguntas.
- Como foi com o psicólogo Diego? Como ele te tratou? O que ele achou da suas historias loucas?
E por assim seguiu com as perguntas por alguns minutos ate finalmente irmos embora. Mas antes de chegarmos ao carro, à velha me perguntou uma coisa, que no momento me assustou. Minha mãe saiu logo na frente para tirar o carro do estacionamento, enquanto eu fiquei admirando alguns livros que estavam no balcão de atendimento, foi nesse momento em que e velha senhora me perguntou.
- Meu querido jovem, por que esta tão assustado? – Fiquei sem saber o que responder, simplesmente por que a velha me dava arrepios, ela não tinha uma aura muito boa, apesar de ter um jeito meigo.
- Eu não estou assustado minha senhora. – Respondi deixando imediatamente a sala.
Ate eu chegar ao carro, passaram-se milhões de coisas em minha mente, e tudo que se passou em minha mente eu sabia que era verdade, mas era impossíveis de ate eu mesmo acreditar, abri a porta do carro e relaxei ate chegar em casa.
Fiquei com muito sono durante o caminho, e de vez em quando eu me encontrava cochilando no banco passageiro.
Desci do carro e entrei em casa, senti um alivio em ver que tudo estava normal, não quis subir para o meu quarto, achei melhor esperar a minha mãe que por acaso tinha saído, ela disse que iria comprar algo para comermos, fiquei com um leve frio na barriga com medo de tudo aquilo acontecer outra vez, então relaxei outra vez e me deitei no sofá com a televisão ligada. Antes de cair completamente em um sono, eu vi um papel que estava em cima da mesa onde minha mãe costuma a colocar revistas sobre assassinatos, mas dessa vez havia apenas um papel, eu não fazia a menos idéia do que poderia estar escrito nele, então sem sair do sofá, estiquei o braço meio sem jeito e peguei o papel, foi ai que percebi que era mesmo um bilhete, por sinal, muito estranho.