domingo, 18 de março de 2012

OITO - Abafado



Eu continuava andando mancando enquanto escutava tais risadas torturando meu ouvido, o breu definitivamente estava tomando o lugar outra vez,e meu medo continuava, mas por muita sorte minha coragem aumentava. Eu passava a lanterna por todos os lugares, mas tudo que eu via era velhas casas estragadas e muito mato, o que me dava arrepios. Teve um momento em que eu pensei estar na rua da minha casa, mas percebi que não era. Já cansado de andar eu entro em uma das casas que me cercam, procurando um modo de fugir daquele inferno que eu definitivamente já detestava mais que tudo.Vagarosamente eu abro uma das portas de uma das velhas casas, mais uma vez acasa estava completamente escura, mas havia algo diferente nela, avia uns múrmuros e zumbidos, como o de alguém que tenta falar, mas algo impede,eu não desisti, apenas segui meu caminho, sem nem um medo de morrer, afinal em qual momento eu perguntei para Deus o porquê disso?Eu só não perguntei por que ele sabe o que faz. Apos caminhar dois passos, achei o que estava dando zumbidos, era infelizmente algo mais atormentador do que qualquer coisa que eu já vi, meu pai estava preso em uma cela, como aquelas de se prender animais selvagens, ele estava preso com correntes que se prendiam nas grades da cela, e sua boca estava tapada com uma fita prata.
- Pai, o que estafazendo aqui?- Perguntei sem ter reação e sem pensar muito na pergunta, pois como ele poderia me responder.
Então fui chegando cada vez mais perto da cela, ate que meu pai se soltou e rapidamente arrancou da boca o que lhe tirava o som, mas mesmo com a boca livre para se explicar ele continuou calado, mas agora parado e livre para tentar sair da cela. Em um piscar de olhos meu pai estava com uma arma na mão, mas agora ele não estava sozinho no ambiente, havia mãos segurando todo o seu corpo, e não era possível ver a quem pertencia essas mãos, mas definitivamente eu não queria nem imaginar de quem poderia ser. As mãos que o seguravam começaram a se mecher, elas começaram a levar a mão que estava com a arma de meu pai ate a cabeça dele, e derrepente da escuridão surgi outra cabeça, não a de meu pai outra cabeça pálida, a cabeça foi com a boca ate os ouvidos do meu pai e com os olhos virados fascinantemente para mim, o rosto que agora estava ali era comum, como de uma pessoa feliz que tem uma vida boa, mas o seu olhar era mal, como o de alguém que estava prestes a fazer algo muito ruim, ateque uma voz interrompeu todos os meus pensamentos dizendo.
-Porque não tenta morrer pobre homem?- E essa voz saiu da boca da outra cabeça, ate que um barulho muito alto interrompe tudo, e eu pisco os olhos rapidamente quando abro meu pai esta caído no chão com uma bala perfurada na têmpora, e seu sangue esta escorrendo por todo o chão, chegando ate o meu pé.Completamente sem reação eu fechei os meus olhos, e não consegui mais abrir, tudo se escureceu, e minha mente e tomada por pensamentos absurdos, como a morte de meu pai que foi realizada por influencia daquele rosto maligno, o desaparecimento da minha prima, o possessão da minha mãe, e é claro a terrível e sanguinária morte de Lup... quando menos percebo varias vozes começam a surgir, vozes que eu não conheço, eram milhões de vozes, berrando por ajuda berrando por perdão, tentei abrir meus olhos outra vez, e agora eu estava preso, não preso por cordas ou correntes, mais sim preso em um lugar sujo com manchas de sangue... - Que lugar e esse? Esta muito abafado. -Murmureipara mim mesmo.

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