segunda-feira, 14 de maio de 2012

ONZE. Parecia normal




Depois de muitas noites sem dormir, essa noite eu também não consegui, era uma hora da manha quando Sophia grita do quarto de hospedes.
- Socorro Diego aconteceu de novo. - Aos gritos.
Eu não sabia o que fazer, mas minha tia Rosane não gostou nada disso, e disse que ia embora hoje mesmo, que eu era muita ma influencia para sua filha.
Acordei com Sophia sentada na minha cama.
- Diego, aconteceu de novo, eu estou com medo, essa noite eu sonhei com uma mulher me perseguindo em um corredor muito estreito, a mulher era pálida e tinha as vestes sujas de sangue, a mulher berrava como se estivesse morrendo, e por alguns segundos ela conseguiu me pegar pelo braço e olha só.
Sophia levantou a manga da blusa e lá estavam as marcas de dedos feitas com sangue. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, tia Rosane entra no quarto.
- Sophia! Vamos embora, agora. - Disse Rosane com um ar muito pesado de arrogância.
Eu suspirei, e peguei na mão de Sophia, ela virou as costas e se foi com minha tia, mas pude notar que atrás de Sophia tinha mais alguém, mas não pude ver o rosto por que estava de costas, mas ao sair a pessoa que estava atrás de Sophia parou e se virou para mim, eu nunca havia visto aquela pessoa, ela era pálida e estranha, parecia que tinha acabado de morrer, sua roupa estava limpa, mas sua mão estava suja com sangue, foi ai que chamei Sophia, ela voltou e ficou de frente para mim.
- Sophia! Acredito em você, em tudo que você disse, e eu sei que é verdade. - desabafei. Sophia ficou sem reação, e no meio do silencio a voz irritante da minha tia nos atrapalha chamando-a para ir embora. E mais uma vez ela sai do quarto.
Fiquei com medo de agora ela poderia estar da mesma situação da minha e eu definitivamente não sabia o que fazer. Deitei-me na cama por alguns segundos ate que a minha mãe entrou no quarto e me diz para me arrumar para a consulta com o psicólogo que seria às 14 horas. Arrumei-me e sai do quarto, mas antes de sair totalmente eu parei em frente a porta e olhei para a debaixo da cama, me impressionei por não ter visto nada, e virei as costas saindo da casa. Foram alguns minutos ate chegar à área psicológica. Esperei mais alguns minutos de fora da área
principal, ate que finalmente entrei, o psicólogo estava vendo uns papeis e sem olhar para mim e pediu para eu me sentar, me sentei de vagar e ele começou as perguntas.
- Me diga, qual e o seu nome? - Perguntou ainda sem olhar sem olhar para mim.
- Diego.
- Diego, você tem quantos anos?
- Dezesseis.
- O que esta acontecendo com você? - Perguntou agora olhando diretamente em meus olhos, e deixando de lado o papel em que ele estava fazendo anotações.
- Eu estou passando por alguns fatos estranhos. - Respondi tremendo, pois eu já sabia que ele não iria acreditar em nada, mas eu ia tentar contar de qualquer modo.
-Pode me dizer Diego que fatos são esses? – Perguntou ele com um olhar de quem parecia estar curioso.
- Eu vejo coisas estranhas, como monstros que saem de debaixo da cama.
- O que exatamente você ver?
- Algumas vezes umas mulheres com o rosto pálido, às vezes coisas que não sei afirmar se era mulher ou homem. A maioria com sangue nas roupas ou nas mãos, e sempre saindo de baixo da minha cama, tive também espécies de sonhos, mas muito reais em que eu me machucava e quando eu acordava estava machucado ou com sinais que ficaram em mim no sonho. – Disparei, ele deu um suspiro e me entregou uma folha em branco.
- Por favor, desenhe todos os seus sonhos nessa folha. – Disse o psicólogo com um leve sorrisinho.
Pensei um pouco no que eu desenharia, e infelizmente seria muitas coisas, pensei um pouco e comecei com uma cama, depois desenhei um buraco debaixo da cama, e logo depois eu correndo de varias criaturas difíceis de descreverem em uma cidade destruída, e eu não sei por que, mas veio a idéia de desenhar a minha prima deitada no chão com sangue. Terminei o desenho, não foi o melhor que fiz, mas, impressionou o psicólogo.
- Interessante! Eu gostaria de continuar, mas infelizmente seu tempo esta acabando, mas antes de se retirar, quero que me diga, quem e esta garota caída no chão? – Perguntou ele pondo o dedo sobre o desenho.
- Essa e minha prima, Sophia! – Respondi sem olhar para a folha.
- Ela morreu há quanto tempo? – Me espantei com a pergunta, pois só nesse momento eu me dei conta do que eu tinha realmente desenhado, desenhar a minha prima morta não era de modo algum a minha intenção, mas como eu disse, não sei o porquê dessa imagem surgir na minha mente, simplesmente surgiu, e eu desenhei.
- Ela não esta morta. Não sei o que deu em mim para desenhar isto. – O psicólogo olhou bem nos meus olhos, ele parecia estar bastante espantado, mas hesitou em fazer qualquer pergunta sobre o assunto.
- Tudo bem, volte na próxima quarta no mesmo horário, quero te entender. – Finalizou a frase apertando minha mão e se levantando da poltrona onde estava sentado, sorriu e por fim me retirei, mas antes que eu me retirasse completamente da sala ele fez uma ultima pergunta.
- Diego, quantos anos tem Sophia?
- Treze. – Sai sem olhar outra vez para seu rosto.
Agora totalmente fora da sala de psiquiatria, eu encontrei minha mãe conversando com uma velha senhora. A primeira a me ver foi à velha senhora, logo depois a minha mãe se virou, já disparando perguntas.
- Como foi com o psicólogo Diego? Como ele te tratou? O que ele achou da suas historias loucas?
E por assim seguiu com as perguntas por alguns minutos ate finalmente irmos embora. Mas antes de chegarmos ao carro, à velha me perguntou uma coisa, que no momento me assustou. Minha mãe saiu logo na frente para tirar o carro do estacionamento, enquanto eu fiquei admirando alguns livros que estavam no balcão de atendimento, foi nesse momento em que e velha senhora me perguntou.
- Meu querido jovem, por que esta tão assustado? – Fiquei sem saber o que responder, simplesmente por que a velha me dava arrepios, ela não tinha uma aura muito boa, apesar de ter um jeito meigo.
- Eu não estou assustado minha senhora. – Respondi deixando imediatamente a sala.
Ate eu chegar ao carro, passaram-se milhões de coisas em minha mente, e tudo que se passou em minha mente eu sabia que era verdade, mas era impossíveis de ate eu mesmo acreditar, abri a porta do carro e relaxei ate chegar em casa.
Fiquei com muito sono durante o caminho, e de vez em quando eu me encontrava cochilando no banco passageiro.
Desci do carro e entrei em casa, senti um alivio em ver que tudo estava normal, não quis subir para o meu quarto, achei melhor esperar a minha mãe que por acaso tinha saído, ela disse que iria comprar algo para comermos, fiquei com um leve frio na barriga com medo de tudo aquilo acontecer outra vez, então relaxei outra vez e me deitei no sofá com a televisão ligada. Antes de cair completamente em um sono, eu vi um papel que estava em cima da mesa onde minha mãe costuma a colocar revistas sobre assassinatos, mas dessa vez havia apenas um papel, eu não fazia a menos idéia do que poderia estar escrito nele, então sem sair do sofá, estiquei o braço meio sem jeito e peguei o papel, foi ai que percebi que era mesmo um bilhete, por sinal, muito estranho.

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